Como a engenharia da Cardan soluciona grandes desafios de segurança em obras civis industriais

A segurança do trabalho na construção civil ainda ocupa um espaço preocupante nas estatísticas nacionais. Segundo dados do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, o Brasil registra mais de 700 mil acidentes de trabalho por ano¹, e uma parcela desses casos ocorre justamente em obras de grande porte.

Apesar dos números, esse cenário também passa por uma transformação. O antigo paradigma da segurança como obrigação vem sendo substituído por uma nova mentalidade: a segurança como valor essencial para o negócio

A gestão de QSMS (Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde) na construção civil industrial deixou de ser apenas um requisito legal para se tornar um fator de competitividade. É com esse olhar que a engenharia da Cardan vem atuando para enfrentar os grandes desafios de segurança nas obras civis industriais. 

Quem compartilha os bastidores dessas estratégias é Daniel Douglas Teixeira, Gerente de QSMS da Cardan, profissional que tem liderado iniciativas que integram processos, pessoas e tecnologia com foco na prevenção e no desempenho sustentável. Confira!

O comportamento como ponto de partida para prevenir riscos

Na opinião do Daniel, um dos maiores desafios enfrentados pela construção civil hoje é alinhar o comportamento das equipes nas obras civis industriais, considerando que existem perfis tão distintos de profissionais.

A construção civil inclui profissionais do agronegócio e de ramos da economia do comércio, muitas vezes em seu primeiro emprego. Fazer com que todos eles estejam no mesmo nível de comprometimento é um grande desafio. 

Veja o que diz o Gerente QSMS da Cardan:

“As melhores práticas hoje estão dentro dessa ideia de que, trabalhando o comportamento das pessoas ou essa percepção do risco, elas conseguem ter sucesso na melhoria do desempenho da saúde e segurança. Isso passa não só pelo público operacional, mas pela liderança, na medida em que promovem uma liderança como exemplo, naquele contexto de que o exemplo arrasta”.

Iniciativas como a criação do Comitê de Excelência Operacional e o programa Show de Gestão da Cardan contribuem para o nivelamento do comportamento na construção civil. 

  • O Comitê de Excelência Operacional serve para acelerar o processo de padronização e melhoria contínua, preparando a base da empresa para uma gestão integrada e orientada por dados, alinhando QSMS com as demais áreas da Cardan;
  • O Show de Gestão é um dos programas internos da Cardan para reconhecer as conquistas das equipes e promover uma cultura de segurança no canteiro de obras.

As mudanças nas normas e os riscos psicossociais no trabalho

Nos últimos anos, o Brasil passou por mudanças no que diz respeito à gestão de saúde e segurança no ambiente de trabalho. Um marco desse processo foi a reorganização ministerial em 2022, que extinguiu o antigo Ministério do Trabalho, transferindo suas atribuições para o Ministério da Economia. 

Com esta mudança, houve um temor no mercado em relação a um processo de “desburocratização” das normas regulamentadoras, levando à precarização da saúde e da segurança no trabalho nas organizações — sob a alegação de destravar a economia e atrair investimentos externos. 

Na verdade, o que ocorreu foi o inverso: um processo de reestruturação total e harmonização das normas regulamentadoras de saúde e segurança, antes, obsoletas e controversas entre si. 

Havia várias situações em que essas normas se sobrepunham ou divergiam em pontos cruciais. Para resolver essas contradições, iniciou-se um processo de harmonização das normas regulamentadoras (NRs), que culminou, mais recentemente na criação da nova NR 1, que entrará em vigor a partir de 2026.

Este processo de revisão e harmonização ao que existe de evolução em relação às melhores práticas ainda não terminou, e há um cronograma dos órgãos para que estas revisões ocorram de forma tripartite (empresas, governo e sociedade civil).

Essa nova versão da NR 1 traz uma abordagem muito mais estruturada de gestão de riscos dentro das organizações. 

A mudança foi  (e continua sendo) desafiadora do ponto de vista prático, mas trouxe um grande ganho: diretrizes mais amplas e integradas para tratar os riscos ocupacionais, permitindo que as empresas enxerguem os perigos envolvidos em suas atividades. 

De todo modo, a NR 1 tornou ainda mais clara a exigência de que as empresas identifiquem, avaliem e tratem os riscos psicossociais relacionados ao trabalho. 

Daniel comenta que esses riscos dizem respeito a fatores que afetam a mente, o comportamento e o equilíbrio emocional dos trabalhadores, muitas vezes causados ou agravados pelo próprio ambiente corporativo. Alguns exemplos são:

  • estresse excessivo;
  • sobrecarga mental;
  • pressão constante por resultados;
  • assédio;
  • jornadas exaustivas.

Esses elementos podem gerar quadros graves de ansiedade, depressão e até síndrome de burnout. Hoje, os afastamentos por causas psicossociais ocupam lugar de destaque nos registros do INSS.

Por isso, há uma pressão regulatória para que as empresas assumam um papel ativo na prevenção desses problemas. Isso tem um impacto direto sobre as estratégias de QSMS, exigindo que sejam revistas com mais sensibilidade à saúde mental e ao bem-estar dos colaboradores. 

Esta atuação não envolve somente a área de SESMT das organizações. Antes de tudo, devem ser iniciativas compartilhadas com os RH das organizações, liderança, alta direção, entre outras.

Na Cardan Engenharia & Construções S.A., esse olhar mais atento ao bem-estar já faz parte das decisões estratégicas. Daniel compartilha como a Cardan Engenharia está dando passos rumo à construção de um sistema de gestão integrado, que une saúde, segurança, meio ambiente e qualidade com os demais processos de negócio. 

Caminha-se na direção de normas como a ISO 14001 e ISO 45.001, que representa a padronização de processos e a evolução de uma cultura organizacional voltada para a segurança de forma abrangente.

Profissional da obra mede a pressão durante ação de saúde integrada à segurança do trabalho na construção civil.

Tecnologia e dados são a base para uma segurança proativa

A construção civil, historicamente marcada por métodos operacionais tradicionais, vive hoje uma transformação. O uso de dados digitais estruturados e o apoio da inteligência artificial despontam como ferramentas fundamentais para a construção de uma gestão de segurança mais proativa e preditiva.

Atualmente, grande parte das análises relacionadas à segurança nas obras ainda é realizada de forma analógica. Indicadores importantes para uma gestão eficaz são compilados e analisados tardiamente devido ao fluxo dos processos de registro e comunicação destes dados.

Esse modelo de gestão é essencialmente reativo: espera-se o acontecimento do incidente para, em seguida, iniciar a investigação de causas, gerar análises e então tomar decisões. A atuação deveria ser proativa.  

A transição para plataformas digitais integradas, associadas a sistemas de aprendizado de máquina, representa um novo estágio na gestão de riscos. Daniel comenta: “Se temos isso consolidado, digitalizado, com aprendizado de máquina (IA), a tomada de decisão poderá ser instantânea e preditiva, na medida em que eu recebo a informação que trabalhamos e tomamos a decisão de uma forma muito mais rápida e assertiva”.

No entanto, essa evolução também depende de uma mudança cultural. Na opinião do Gerente QSMS Daniel Douglas Teixeira, é necessário que todos os envolvidos se acostumem a reportar as informações aos sistemas com informações consistentes, adotando o registro de dados como prática rotineira. 

“Acredito que estamos nos preparando para essas mudanças com a criação do Comitê de Eficiência Operacional, estamos atuando na base para que os próximos passos aconteçam.”

Na Cardan, entendemos que, embora a tecnologia seja uma aliada, ela sozinha não provoca a mudança. Primeiro, precisamos estruturar os processos, desenvolver lideranças e depois incorporar as ferramentas para dar suporte às práticas adotadas.

Iniciativas da Cardan em tecnologia e dados 

Em 2024, por exemplo, a Cardan implementou um software de tratamento de não conformidades da qualidade, que em breve será estendido à área de saúde e segurança, a fim de tratar, de forma estruturada, os desvios e não conformidades de saúde e segurança atuando nas causas. 

A ideia é permitir que cada falha identificada seja analisada, entendida em suas causas e proporções, e que a eficácia das soluções seja avaliada sistematicamente. 

Além disso, Daniel explica que um projeto piloto na obra 308 da CSN está utilizando um sistema de gestão de EPI integrado ao eSocial, o que nos permite registrar os riscos das funções, os níveis de exposição dos trabalhadores e os equipamentos utilizados para neutralizar esses riscos. Tudo isso integrado com a plataforma do governo federal em relação aos eventos do eSocial, o que gera conformidade legal e minimização dos riscos para a Cardan.

Outras tecnologias na segurança do trabalho que também demonstram o compromisso da Cardan com a saúde e segurança dos trabalhadores:

  • Monitoramento por sensores e telemetria. Daniel destaca algumas iniciativas da Cardan Engenharia nesse sentido: “Implementamos dentro das obras a telemetria para o controle de velocidade do veículo. […] Temos o controle de descarga atmosféricas, por exemplo. Então, numa incidência de chuva muito forte, com descarga atmosférica, se ocorrer num raio que possa afetar a obra, os líderes são comunicados e tomam a decisão de parar as pessoas, direcionando-as para um local seguro ou para dentro dos ônibus”. 
  • Aplicação de BIM 4D e LPS para planejamento inteligente;
  • Cultura de segurança baseada em comportamento e liderança.

Nesse novo cenário, é preciso que os líderes estejam à frente, inspirando comportamentos seguros, incentivando o registro de informações e garantindo que a segurança seja tratada com a prioridade que merece.

A segurança deve ser compreendida como um valor essencial da organização: um valor que protege vidas, fortalece a reputação da empresa, melhora a produtividade e reduz perdas. Segurança é, antes de tudo, valor.

Fica claro que alcançar a excelência com a segurança do trabalho na construção civil exige integrar pessoas, dados e processos desde o planejamento. Essa integração é o que torna possível níveis superiores de desempenho em termos de saúde e segurança.

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1 https://www.trt4.jus.br/portais/trt4/modulos/noticias/50791784.

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